tutti giorni E LA NAVE DO VIADUTO VA
Sem tormentas nem recifes,
a nau Grafar soltas as velas
Todas as terças é uma viagem no boteco do Nani, esse senhor que honra o avental que veste e agrada a todos que recebe. Lá, há décadas, os grafarianos zarpam à noite - sem sair do cais. Partem tanto a sério como às brinca. Com copos debaixo do braço e planos cheios (ou é o contrário?), vão em busca de porto seguro para seus lápis e canetas. Que são as folhas alvas que a casa às vezes fornece noutras caem do teto. Logo estamos, em pleno bar, em meio a ondas de grafite, correntes de lápis de cor, espuma de aquarela. Veteranos na gávea e gurizada no convés, todos seguem papeando e bebericando até encontrar sua praia, a mesma ansiada praia, na enseada da artes gráficas. Pelo que se vê espalhado pelas folhas já não mais tão alvas, os marinheiros de primeira e de enésima viagem se comprazem no milenar prazer humano: desenhar. Incontáveis cartuns, caricaturas, sketches e risadas depois, já se delineiam novos projetos no horizonte. No fim da noite, a bordo de suas idéias enfunadas, a cambada volta a navegar. Agora, cada um por si. Na direção da... próxima terça.
Foto-montagem: Hals
Um comentário:
Se passa o camburão é atraque na certa!
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