sábado, 18 de agosto de 2007

charge BIER




Título: Banqueiros
Técnica: Caneta e aquarela
Veículo: Tinta China
Local: Porto Alegre

cartum LUIS FERNANDO VERÍSSIMO




Título: Laço
Técnica: Caneta e colagem
Veículo: Forum Social Mundial, 2001
Local: Porto Alegre

artur, o arteiro RAFAEL


ilustração MAUMAU




Título: Ibrahim Ferrer
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Site do autor
Local: Porto Alegre

mestres dos mestres CARL BARKS

O sol que iluminava
o império Disney



No final da década de 50 eu tinha uns oito anos, mas já tinha outra coisa: olho clínico. Quando chegava na banca pra comprar gibi do pato Donald, só comprava quando reconhecia aquele estilo de desenho. Claro que não sabia o nome do artista, já que a única assinatura era Walt Disney, mas eu saquei que embaixo deste nome havia muitos desenhistas diferentes, e só aquele me dava vontade de desenhar assim.



Só muitos anos depois descobri o nome Carl Barks, e várias outras coisas. Por exemplo, que apesar da quase homofonia do seu nome com Karl Marx, era um ferrenho anticomunista, estilo guerra fria. O que, ironicamente, não impediu que criasse a caricatura mais perfeita dos piores aspectos do capitalismo: o sovina Tio Patinhas.



E não impediu que o capitalismo o ferrasse: depois de décadas alavancando o universo Disney, criando historietas e personagens fundamentais (sem direito a assinar seu trabalho), se aposentou e foi processado por Disney porque pintava quadros com os personagens dos patos...



Barks era um grande roteirista, suas histórias tinham humor, aventura, suspense e non sense, fosse num exótico país mitológico, fosse no quintal de Donald. Era um baita caricaturista de costumes e criador de tipos, mas o que me encantou pro resto da vida sempre foi o desenho.



Barks desenvolveu um estilo de linha densa com bico de pena, onde o traço muda de espessura ao longo da trajetória, e entinta com naturalidade, caligráfico, como quem escreve. Os movimentos e expressões dos personagens são desenhados com a simplicidade de quem não precisa de nenhum traço supérfluo.



Num contexto em que o uso do bico de pena parece "difícil" pra muito novato, o trabalho de Barks mostra que essa técnica é insubstituível e, pra quem tem fé no taco, vale a pena. (Edgar Vasques, especialmente para o Tinta China)



(APÊNDICE: Carl Barks [1901-2000] é o pai da maior parte da população de Patópolis, cidade inventada por ele. O que inclui os principais e mais interessantes personagens e centenas, talvez milhares de coadjuvantes e figurantes. Tio Patinhas (1947), a Vovó Donalda (e o Gansolino) Gastão (1948), os escoteiros mirins, os Irmãos Metralha (1951), o prof. Pardal e seu Lampadinha (1952), a Maga Patalójika e tantos outros que contracenam com Pato Donald. Sem essas criaturas, as atribulações domésticas e as aventuras malucas ou exóticas do pato mais rabugento do mundo seriam bem menos atraentes. Carl Barks produziu (roteiro e desenho) por décadas as revistas que foram reproduzidas pelo mundo inteiro, em dezenas de idiomas. Para saber mais sobre sua biografia e carreira, acesse aqui.)


bate-pronto ROBERTO SILVA

Profissionalismo que manda jobs,
briefings e follow-ups pra pqp!



Onde estiver um Roberto Silva, tem vários. Desde a era pré-PC, ele já trazia uma work station embutida: desenhista, cartunista, ilustrador, fotógrafo, designer, capista, editor... desculpem resumir o currículo. Seu convívio com o mercado se traduz por frilas, que na linguagem robertiana quer dizer o sossego da autonomia. Como um outsider cultural, o portfólio de Roberto Silva se dispersa por lugares, épocas e projetos que vão de Lisboa (parceiro do escritor Josué Guimarães no provocativo jornal Chaimite, em 1976) a POA do Coojornal e a João Pessoa, PB, seu atual balcão criativo. Com vocês, esse deus shiva das artes gráficas:

Tinta China – Como artista gráfico, qual a sua atividade principal?
Roberto Silva – Capas de livros, sempre que possível.

Tinta China – Qual a sua maior fonte de renda com sua arte?
Roberto Silva – Ultimamente, folders, cartazes.

Tinta China – Como você negocia os valores de seus frilas?
Roberto Silva – Olhando pra cara do freguês é dizendo: "é tanto"

Tinta China – Como é um dia típico de trabalho para você?
Roberto Silva – Água-de-coco, pra dar jeito na ressaca. Depois, é igual a todo o mundo

Tinta China – Por onde você começa uma tarefa?
Roberto Silva – A tarefa é que começa comigo.

Tinta China – Quais ferramentas você utiliza e qual domina mais?
Roberto Silva – Profunda paixão por computador, desde 1985. Nem tinha PC, ainda. Mas, não dispenso uma canetinha japonesa.

Tinta China – Que condições você exige ou depende para criar?
Roberto Silva – Não trabalho pra gente de quem não gosto. Péssimo profissional, eu.

Tinta China – Como você lida com os prazos?
Roberto Silva – Os prazos é que dão um jeito em mim.

Tinta China – Como você mantém os originais que produz?
Roberto Silva – CDs e gavetas.

Tinta China – Quais suas primeiras e atuais influências?
Roberto Silva – Me criei no Uruguay, foi Patoruzito, argentino, de Tulio Lovato.

Tinta China – Onde você busca informações para apoiar suas criações?
Roberto Silva – Não gosto de conhecer "excessivamente" um tema que abordo. Prefiro ignorar e ser mais espontâneo.

Tinta China – Você tem preferência por algum tipo de papel?
Roberto Silva – Guardanapos de boteco, ultimamente.

Tinta China – Quais macetes técnicos funcionam no seu trabalho?
Roberto Silva – Nenhum em especial, que me lembre, fora tentar ser honesto.

Tinta China – Qual o seu maior conflito com o mercado?
Roberto Silva – Concorrer com clip-art e amadores.

Tinta China – que dicas básicas você daria para um iniciante?
Roberto Silva – Sejam bem-vindos e se virem.

Foto: Val Araujo

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

charge SANTIAGO




Título: CPMF
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Jornal do Comércio
Local: Porto Alegre

televilão CANINI


as panelas UBERTI


cartum LANCAST




Título: Pássaro
Técnica: Caneta
Veículo: Expo água
Local: Porto Alegre

sketchbook RUBEN




Título: Guri
Técnica: Pastel seco sobre papel craft
Veículo: Tinta China
Local: Porto Alegre

série do mês PRANCHETAS E CAVALETES




Al Hirschfeld (1903-2003), caricaturista americano. Sem dúvida o mais elegante traço da caricatura mundial. Longa trajetória dedicada a registrar o show-biz, as artes e literatura. Lugar definitivo no hall da fama.

memória HUMOR ELEVADO NA SERRA

O dia em que Bento Gonçalves
virou QG do humor nacional



Tempos melhorzinhos, aqueles de 1980: o regime afrouxava e já se podia ter frouxos de riso. Tanto que, numa iniciativa da prefeitura dessa cidade serrana, surgiu a I Mostra de Cartum de Bento , exposição com mais de 30 cartunistas. Além dos aí na foto (de baixo pra riba, da esquerda pra direita: Jaca, Jaguar, Santiago e Olga; Glauco Cruz, Tarso Riccordi e um penetra; Eugênio Neves, Juska, Edgar Vasques e Joaquim da Fonseca; Chico Caruso, Suzana e Rekern; Henfil estava presente mas não aparece na foto) também expuseram Sampaulo, Bier, Bendati, Batistelli, Clóvis Geyer, Paulo Rocha, Tambeiros, entre outros. E pra não ficar só no visual, houve uma Feira do Livro, com autógrafos de Henfil na China e de Lugares In-comuns, do Jaguar. Enfim, memorável. (Essa imagem - que o Tinta China lança pra posteridade - é mais uma raridade do maior arquivista que Santo Ângelo já teve, o Juska.)

Foto: De quem será?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

os véios ALISSON






(Para conseguir uma seção fixa no Tinta China, o Alisson Affonso fez o que todo candidato deve fazer: nos surpreendeu. Sua tira a respeito das crueldades do tempo sobre a condição humana, que está nas páginas da revista Idéia há 2 números, funciona - faz rir e pensar, num mix de acidez e humor compreensivo. Ele cursou a Escola de Belas Artes e o Curso Seqüencial de História das Artes Visuais na Universidade de Rio Grande, cidade natal. Edita o jornal Peixe Frito, participa de publicações, produz animações e atua como professor de desenho e serigrafia no projeto Artestação. A série é inspirada nas visitas a um asilo perto da rodoviária, onde trabalhava. Quer dizer, Alisson não esperou 50 anos pelo handicap. Melhor pra nós, que todas as quintas teremos os véios mais gozados do país.)

charge KAYSER




Título: Maioridade penal
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Jornal do Comércio
Local: Porto Alegre

cartum KOOSTELLA




Título: Suicídio do Nerd
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Blog do autor
Local: Alemanha


blau BIER


ilustração EDGAR VASQUES




Título: Mata fechada
Técnica: Bico-de-pena
Veículo: Exposição Florais de Vasques
Local: Porto Alegre

design ROBERTO SILVA




Título: Logotipo recusado
Técnica: Computador
Veículo: Campanha contra AIDS
Local: João Pessoa, PB

palavras JACK KIRBY



Arte: Uberti

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

quadrinho ordinário RAFAEL SICA








(Toda vez que há uma estréia de uma seção fixa, o Tinta China fica com a legenda nas orelhas: pelo prazer de receber outro talento e pela graça acrescida ao blog. É o caso do Rafael Sica e seu quadrinho ordinário (cabe um implícito extra aí na frente do título do seu blog). Aos 27 e agora morando e jobiando em POA, já passou pela FSP (2003/2006), colaborou com a revistacarioca F, o fanzine Tarja Preta e outras publicações alternativas.Também pinta como ilustrador em livros, revistas e jornais, além de exposições coletivas. Em 2005, levou um HQMix como desenhista revelação. Na nossa opinião, basta uma tira pra sacar o currículo dele. E isso vocês vão sacar todas as quartas, aqui.)

dr. fraud CANINI


cartum CADO




Título: Tamanho
Técnica: Aquarela
Veículo: Fórum Social Mundial, 2001
Local: Porto Alegre

caricatura RUBEN



Título: Edgar Vasques
Técnica: Caneta
Veículo: Tinta China
Local: Porto Alegre

ilustração EUGÊNIO NEVES




Título: General Limousine
Técnica: Caneta
Veículo: Site do autor
Local: Porto Alegre

série do mês PRANCHETAS E CAVALETES



Lou Myers (1915-2005), cartunista e ilustrador americano. Satirista de costumes, colaborador dos principais jornais e revistas dos EUA, traço moderno aproveitado inclusive pela publicidade.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

rango EDGAR VASQUES


cartum MOA




Título: O Sentido Literal
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Blog do autor
Local: Porto Alegre

quadrinhos LEANDRO DÓRO




Título: A Orelha de Van Gogh
Técnica: Caneta e computador
Veículo: Blog do autor
Local: Porto Alegre

Para ler a HQ na íntegra, acesse aqui: Contos em Quadrinhos.

charge BIER




Título: Carta
Técnica: Nanquim e aquarela
Veículo: Fórum Social Mundial, 2001
Local: Porto Alegre

sketchbook ROBERTO SILVA




Título: Valmir
Técnica: Lápis
Veículo: Jornal Chaimite
Local: Lisboa

publicações REVISTA IDÉIA 2

Quando a idéia é boa, ela vira
Idéia e deslancha desde o início



Enquanto no resto do país pairam nuvens carregadas de dificuldades sobre as iniciativas editoriais, um projeto resplandece em Rio Grande, RS: é a revista Idéia, que chega ao segundo número. Desta vez as atrações são 12, todas em ofuscantes páginas recheadas de quadrinhos, humor e cultura. Os nomes que garantem a graça e o interesse de capa a capa, são: Max Ziemer, Donga, Martinscosta, Prof. Philomena, Bier, além do trio de editores que se desdobra como ilustradores e roteiristas - Wagner Passos, Alisson Affonso e Ivonei D´Peraça. Que já devem estar pensando no número 3.
Se você não é de Rio Grande, onde a revista já está em todas as bancas, a Idéia 2 chega onde você estiver. Basta acessar o site Vagão do Humor e solicitar, com frete grátis para todo o Brasil. Apenas R$ 5,00.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

as cobras LUIS FERNANDO VERÍSSIMO