sexta-feira, 18 de julho de 2008

imprensa OBAMA VIRA OSAMA NA THE NEW YORKER

Sátira ou difamação? Capa da revista
gera polêmica sobre visão do candidato

Pela segunda vez em pouco mais de um ano, o humor gráfico provoca controvérsia ao redor do mundo. Quem não lembra do episódio dos cartuns debochando Maomé publicados por um jornal dinamarquês? Geraram protestos, crise diplomática e juras de morte contra os cartunistas que – na opinião de grupos religiosos radicais – ofenderam o profeta islâmico. Agora a polêmica chega às bancas através da The New Yorker. A "piada" de Barry Blitt pretendia – segundo explicações da revista após a repercussão negativa da capa – ironizar a visão da direita conservadora americana, ilustrando os argumentos mais absurdos desta contra Barack Obama. A revista traz uma longa matéria sobre este enfoque. No calor das discussões, o Tinta China vasculhou blogs, sites e listas de cartunistas e traz uma síntese do que os profissionais do traço acham da edição.



Opinião do LFV em ZH de 17/7:
A reação à capa da revista The New Yorker desta semana prova, mais uma vez, os perigos da sátira incompreendida. A capa mostra o Barack Obama vestido de muçulmano e sua mulher, Michelle, vestida e armada como guerrilheira (…) Satirizados no desenho estão os piores temores que a direita americana tenta espalhar entre os eleitores a respeito do casal. Mas quem está protestando é a turma do Obama, que não gostou da brincadeira. Bem explicado, não pode haver dúvida sobre a intenção do cartum. Mas humor que precisa ser explicado é humor que não funciona.

Opinião do Tacho no Blog do Emanuel:
A New Yorker sempre foi a revista dos artistas e intelectuais de esquerda americanos. Eles colocaram na charge a visão exagerada e ridícula que a direita e sua mídia quer passar para os eleitores americanos. É engraçada e inteligente. O pessoal do Obama tem razão para ficar preocupado. A charge é inteligente para o público da New Yorker… Eu não sei se o público médio americano vai entender assim…

Opinião do Fraga no Blog do Emanuel:
"O nosso Verissimo diz que o humor é uma faca de três gumes. E eu digo que a publicação tem um retrospecto editorial impecável, é das mais liberais dos EUA. Nem tem que se explicar ao seu público, super elitizado. A polêmica só existe ou pra quem não conhece a revista ou pra quem se deixar levar exclusivamente pela capa na banca (será, desde já, campeã de vendas). A ironia tem disso: quando é demais, gira 180 graus e em vez de atingir o leitor pela esquerda, o alcança pelo lado oposto. Quanto ao Obama, deve estar rindo à toa."

Opinião do Spacca na Lista da Sociedade de Ilustradores do Brasil, SIB
A mensagem mais óbvia é "Obama é um falso americano". Funcionaria como ironia se tivesse um título tipo "quem tem medo de Obama?" ou qualquer outro elemento discordante. Mesmo assim, a imagem é unívoca, não percebo ironia nela. De tão esperto, o cartunista está sendo ingênuo, se acha mesmo que vão entender o lado B.

Opinião do Orlando Pedroso na Lista da Sociedade de Ilustradores do Brasil, SIB
Um ilustrador que, nos tempos de hoje, espera que leitores com falta de cultura visual ou política "entendam" o lado b do desenho é meio esquisito. se for assim, talvez ele não seja o profissional adequado para fazer a capa... Se fosse outro assunto, a gente poderia colocar uma centena de outras variantes, mas não. É a eleição mais importante do planeta e TODO mundo tem algum tipo de interesse nisso. Se a gente for falar só de edição, acho que há vários enganos. O cara escolhido para ilustrar, a ilustração, o enfoque. Mas o fato é que alguém deu essa idéia e alguém falou boa! Vamos nessa e publicou. Ainda acho que é pauta encomendada.

Opinião do Santiago na lista da Grafar
Acho um baita mau caratismo da revista NEW YORKER que se diz uma revista progressista (para os padrões ianques)(…) Aquela bandeira ianque no fogo da lareira é amelhor propaganda que o Mc Cain poderia ter. Além de tudo é um caricaturista de merda , mau desenhista.

Opinião de Barry Blitt no site do The Huffington Post
Penso que essa idéia de certos setores de que os Obamas são antipatrióticos (ou mesmo terroristas) é um absurdo. Me pareceu que retratar esse conceito iria mostrar o quanto esse medo é ridículo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fraga
achar q pelo passado da revista o leitor vá entender aquela ironia ( q muito mal se evidencia como ironia) é muita ingenuidade!!1
santiago

Anônimo disse...

Fica à vontade pra me subestimar, Neuta. Essa ingenuidade é a mesma que me faz acreditar na Grafar.