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sábado, 21 de julho de 2007
bate-pronto JUSKA
Dono do campinho mostra
como domina a bolinha
Para Francisco Juska Filho, em vez de pote de ouro, no fim do arco-íris tem um estúdio – o Jusarte. Lá chovem briefings e jobs. E é onde brilha o lado publicitário deste cartunista cheio de lados artísticos: ilustrador, vinheteiro, layoutman, quadrinista. Dos mais solicitados profissionais da praça, atendeu esta solicitação como se o Tinta China fosse cliente: prontamente (mas por fora da tabela). Aprendam com ele, meninos.
Tinta China – Como artista gráfico, qual a sua atividade principal?
Juska – Sou ilustrador e cartunista por encomenda, eventualmente roteirista e animador (do segundo time...)
Tinta China – Qual a sua maior fonte de renda com sua arte?
Juska – São os pedidos feitos pelos meus clientes.
Tinta China – Como você negocia os valores de seus frilas?
Juska – Procuro seguir as nossas tabelinhas, pra evitar um "dumping" nos colegas... Às vezes não dá. Em compensação, às vezes dá para cobrar mais.
Tinta China – Como é um dia típico de trabalho para você?
Juska – Começa lá pelas 10:30 da manhã.Paro pelas duas para um rango (salve Edgar!). Retorno para o estúdio pelas 15hs. Depois o céu é o limite.
Tinta China – Por onde você começa uma tarefa?
Juska – Pela informação.
Tinta China – Quais ferramentas você utiliza e qual domina mais?
Juska – Meu lance são as canetas. Mas uso pincéis muitas vezes. Depois o photoshop com tudo em cima.
Tinta China – Que condições você exige ou depende para criar?
Juska – Que me paguem.
Tinta China – Como você lida com os prazos?
Juska – Me dou bem com eles. Geralmente chego antes.
Tinta China – Como você mantém os originais que produz?
Juska – A maioria, como a maioria dos colegas: em CDs.
Tinta China – Quais suas primeiras e atuais influências?
Juska – As atuais são tantas que não dá pra citar: a lista não terminaria... As primeiras foram Carlos Estêvão, Ziraldo, Jaguar, Canini, Edgar Vasques, Roberto Silva, Sampaulo. Sem esquecer o Colonesse, Nico Rosso, Fernando Ikoma etc.
Tinta China – Onde você busca informações para apoiar suas criações?
Juska – A maior parte é nas mídias.
Tinta China – Você tem preferência por algum tipo de papel?
Juska – Não.
Tinta China – Quais macetes técnicos funcionam no seu trabalho?
Juska – Começar os desenhos sempre pelo lado mais difícil e trabalhoso. Nos roteirinhos, começar pelo final...
Tinta China – Qual o seu maior conflito com o mercado?
Juska – Conseguir um pedaço melhor e maior dele.
Tinta China – que dicas básicas você daria para um iniciante?
Juska – Siga sua intuição. Não desistir. E pedir dicas para o Maurício de Souza...
Foto: Luiz Eduardo Achutti
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sexta-feira, 20 de julho de 2007
datas MORRE FONTANARROSA (1944-2007)
Humor argentino perde
genial cartunista e escritor
Aos 62, depois de sofrer alguns anos de grave doença neurológica que o impedia até de desenhar, Roberto Fontanarrosa se foi. O desaparecimento precoce de El Negro ontem, vítima de parada cardíaca, deixa o Humor desfalcado de um artista que era, ao lado de Quino e de Crist, um dos orgulhos das artes gráficas argentinas. Para os cartunistas do mundo inteiro, uma referência que se apaga.
Entre tantas criaturas inesquecíveis, Fontanarrosa criou dois personagens antológicos, anti-heróis típicos: o guerreiro índio Inodoro Pereyra e o mercenário Boogie, El Aceitoso (O Seboso), brutamontes ridículo. Durante mais de 40 anos, Fontanarrosa abasteceu a página 2 do diário Clarín, de Buenos Aires, com seu talento para parodiar a sociedade. Também como escritor tem sua importância na literatura latino-americana, com três novelas e uma dúzia de livros de contos. Com letras ou traços, uma figura respeitável. A homenagem do Tinta China é lembrar para sempre, aqui, o humor de Fontarrosa.
Assim falou Fontanarrosa:
“Me hace gracia. Porque lo contrario de lo humorístico no es lo serio. Lo contrario de lo humorístico es lo pomposo. Todas esas instituciones que son altamente pomposas – el ejército, la Iglesia y los círculos intelectuales – se prestan para cagarse de risa. Realmente.” (Em entrevista para a revista Ñ, em 2005)
Noticiário e obituário do Clarín, aqui.
Site oficial de Fontanarrosa, aqui.
Fontanarrosa na Wikipédia.
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clap clap clap DÁLCIO
(É fácil reconhecer um trabalho do campinense Dálcio: a técnica é impecável e a abordagem, um exercício de sutilezas. Premiadíssimo pelos salões mundo afora, Dálcio inaugura esta galeria com este tocante Chafariz, que arrebatou o salão de Foz do Iguaçu com o tema Água. Perfeito para o pretexto da nova seção do Tinta China: simplesmente aplaudir peças excepcionais. Sejam regionais, nacionais ou internacionais; seja cartum ou qualquer outra categoria do traço, do presente ou do passado. Hoje, palmas para o Dálcio. Semana que vem, ah, só voltando ao local do creme de la creme.)
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quinta-feira, 19 de julho de 2007
cartum KOOSTELLA
Título: Cinzeiro
Técnica: AquarelaVeículo: VI Porto Cartoon 2004
Prêmio: Menção HonrosaLocal: Alemanha
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clipping EXTRA CLASSE AVALIA HUMOR
Em pauta séria, jornal traça
panorama da graça gaúcha
Página e meia para se desdobrar de rir. Com esse destaque, o respeitável jornal do Sinpro/RS (Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul) enfoca o período atual do riso nos pagos. Na pauta, dois eventos: o XV Salão Internacional de Desenho de Imprensa (SIDI) e o lançamento do álbum do Analista de Bagé. Nos depoimentos, três grafarianos: os secretários Eugênio Neves e Cado Bottega e o cinco em um, Edgar Vasques. Como o Tinta China também está na luta por mais espaço gráfico, faz aqui o link – literalmente – para tão oportuna matéria.
“O cartum gaúcho mostra as suas armas.
Existe um movimento de renovação, desde a capital ao interior do Estado, do trabalho realizado pelos desenhistas de humor. “Há uma retomada geral de trabalho”, anima-se Eugênio Neves, primeiro secretário da Grafistas Associados do Rio Grande do Sul (Grafar). E não é para menos, começou em junho e se estende até a primeira quinzena de julho o XV Salão Internacional de Desenho de Imprensa de Porto Alegre (XV SIDI), na Usina do Gasômetro. A exposição reúne 213 obras com a participação de 107 artistas. O evento serviu para, além de reunir os artistas, dar visibilidade da movimentação do setor no Estado. Enquanto isso, Edgar Vasques e a Editora Objetiva estão lançando a antologia da versão em quadrinhos do Analista de Bagé (que foram veiculadas durante sete anos na revista Playboy), o personagem criado por Luis Fernando Verissimo e desenhado por Vasques. Ambos ilustres colaboradores do jornal Extra Classe.” (Por José Weis)
Leia a íntegra aqui.
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quarta-feira, 18 de julho de 2007
blau BIER
(Por incrível que pareça, a tira Blau nasceu séria: como dissertação de mestrado. Mas, nas mãos do Bier, até resgate de identidade regional tem graça. No caso, muita: ele pegou um quarentão teuto-gaúcho – vulgo colono alemão – e seus hábitos (cerveja, culinária, comportamento, linguagem etc), e as raízes do autor viraram risos. Desde 86 Bier espalha sua produção por publicações gaúchas: Revista da Fecotrigo, jornais Interior, das Missões e SindJus. Nesse meio, Blau circula há 3 anos. Aqui no Tinta China, será nas quartas.)
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publicações ÁLBUM DO ANALISTA DE BAGÉ
A terapia do joelhaço acerta em
cheio nas prateleiras das livrarias
O joelho mais terapêutico do Brasil voltou! Mais ortodoxo que rótulo de Maizena, o Analista de Bagé puxou seu banquinho de 3 pernas pras livrarias e atende, agora, no álbum das melhores dele. É a coletânea com 78 histórias aquareladas, a maioria publicada nas desestressadas páginas da Playboy, entre 83 e 90. Uma veio da Superinteressante e outra é inédita, porque contém uma situação de gravidez. “A idéia da revista é vender sexo, não suas conseqüências”, provoca o pai do Rango, Edgar Vasques, e parceiro do pai do Analista, Luis Fernando Veríssimo, na quadrinização. Uma dupla de timing perfeito num primor de adaptação. Em reproduções minuciosamente recuperadas pelo Edgar, o Analista sai do consultório, vai a seminários, faz churrasco, surf e até filho, anda a cavalo na cidade, atira o laço, circula por Bagé, tira férias, vai ao Rio e chega à França. Enfim, se libera tanto quanto os seus pacientes. Como projeto editorial, As Melhores do Analista é dedicado, in memorian, ao amigo Marco Amaral, que vários eventos promoveu em parceria com a Grafar. Imperdível.
A respeito do retorno da criatura, diz o autor:
“Onde anda o Analista de Bagé? Não sei. As notícias são desencontradas. Há quem diga que ele se aposentou, hoje vive nas suas terras perto de Bagé e se dedica a cuidar de bicho em vez de gente, só abrindo exceções para eventuais casos de angústia existencial ou regressão traumática de fundo piscossomático entre a peonada da estância.
Lindaura, a recepcionista que além de receber também dava, estaria com ele e teria concordado em dividir o afeto do Analista com uma égua chamada Posuda, desde que eles concordassem em nunca serem vistos juntos em público. Outros dizem que o Analista morreu, depois de tentar, inutilmente, convencer o marido de uma paciente que banhos regulares de jacuzzi a dois num motel faziam parte do tratamento.
E há os que sustentam que o Analista continua clinicando, na Europa, onde a sua terapia do joelhaço, conhecida como “Thérapie du genou aux boules, ou le methode gaúcho”, tem grande aceitação, e ele só tem alguma dificuldade coma correta tradução de ‘Pos se apeie nos pelego e respire fundo no mas, índio velho´ no começo de cada sessão.” (Luis Fernando Veríssimo)
Serviço
Título: As Melhores do Analista de Bagé
Autor: LFV e Edgar VasquesTítulo: As Melhores do Analista de Bagé
Páginas: 88
Onde: Somente em livrariasQuanto: R$44,90
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premiações TROFÉU HQMIX ´KACTUS KID´
Em homenagem a Canini, vencedores
de 2006 recebem troféu Kactus Kid
(Ao longo das suas 19 edições, o Troféu HQMIX já homenageou muitos quadrinistas e cartunistas na hora da entrega dos prêmios. A cada ano, um personagem famoso se materializa em metal ou resina e a escultura vai pra casa dos agraciados, um orgulho a mais na estante. Devagar e sempre, Tinta China vai exibir aqui exemplares do oscar nacional das artes gráficas.)
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terça-feira, 17 de julho de 2007
não tá no gibi CANINI
(Existe uma prerrogativa na gozação: a gente só brinca com aquilo que gosta. O mestre Canini é, ao mesmo tempo, um grande admirador e um tremendo gozador dos quadrinhos. Durante algum tempo, em meados dos anos 70, criou e publicou a série Não Tá no Gibi, primeiro na revista Pancada (Editora Abril), depois na Mad nacional (Editora Vecchi). Super-heróis, o faroeste, personagens infantis, animações, nada escapa da releitura caniniana, que cruza uns com os outros, numa bagunça impagável com os gibis. Para nosso prazer, a série retorna aqui no Tinta China. Às terças.)
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link legal ORLANDO PEDROSO
Um fotógrafo que faz cartuns ou um
cartunista que fotografa? Descubra
Quem achar que o Orlando Pedroso é onipresente aqui no Tinta Tinta, compreenda: ele passou uns dias em POA por conta da exposição Uns Desenhos (até 19 de agosto, no Museu do Trabalho) e, mais que merecidamente, recebeu o Troféu HQMIX de Ilustrador do Ano de 2006. Como os links do blog da Grafar são pra ser uma atração à parte, hoje acrescentamos a tripla entrada do parque de diversões visuais do versátil Orlando. Visite logo. Não somos exclusivistas na admiração.
Orlando Pedroso
http://www.fotolog.com/orlandopedroso
Só Publicadas
http://co2graficos.fotoblog.uol.com.br
Só Desenhistas
http://orla.fotoblog.uol.com.br
foto: Hals vê Orlando, que vê Uberti
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segunda-feira, 16 de julho de 2007
portfólio EUGÊNIO NEVES
Agora, através da Gráfica,
grafismo gaúcho para o mundo
Miran, o editor do colírio chamado Gráfica, recebeu um pacote de desenhos do Eugênio Neves e não teve dúvidas. Já reservou um caderno para a vigorosa arte do secretário vitalício da Grafar, numa das próximas edições da revista.
Será a primeira vez que veremos, impresso, um conjunto que amealha o espanto esparso que a gente tem na memória sobre o trabalho dele. Por si só, cada ilustração do Eugênio quase compõe um portfólio completo.
Basta se deter pra ver, em imagens apreciadas ao acaso. O que não falta é impacto, densidade, conteúdo. A definição autoral se impõe: meticuloso é qualquer um que se importe menos com detalhes que o Eugênio Neves.
A cada vez que o Eugênio se debruça sobre uma folha de papel, se confirma: sua caneta não vai desperdiçar uma gota sequer de nanquim, nenhum espaço em branco será negligenciado. No tema e no traço, uma confluência precisa das intenções – claras, diretas, rigorosas.
Qualquer que seja a tarefa, será perfeitamente executada. Porque antes foi concebida em pormenores, num perfeccionismo de marchetaria, onde tudo se encaixa conceitualmente, recursos e idéias. Daí a complexa beleza da sua extensa produção editorial.
Eugênio começou como ilustrador em publicidade, nos anos 70, e até hoje as agências recorrem à sua capacidade para jobs exigentes. Mas, para um engenhoso autodidata como ele, horizontes artísticos são linhas delineadas mais pela ideologia que pelo mercado.
Com tal propulsor criador, o itinerário do Eugênio já vai além dos 30 anos de expressão. Uma volumosa dispersão por livros, jornais, revistas. Aqui no Tinta China, porém, nesta avant-première do seu portfólio na Gráfica, nossa contemplação se concentra. Aliás, concentração é a palavra-chave do seu profissionalismo. Admirável ofício.
Postado por Grafar às 12:36 5 comentários
domingo, 15 de julho de 2007
graça na praça UBERTI
(O Uberti tem um ótimo posto de observação da vida portoalegrense: ele veio do Alegrete. Assim, de um ponto onde a Lima e Silva esbarra na Fernando Machado, cria humor ao ar livre. O projeto começa com a pracinha acima e pretende registrar várias delas, bairros afora, até preencher um livro de cartuns pra uma futura Feira. A pré-estréia destes imaginários flagrantes urbanos será aqui no Tinta China, sempre aos domingos.)
Postado por Grafar às 19:00 1 comentários
pago pra ver CANINI
(Como todos do tempo do gaúcho a cavalo, Canini monta na nostalgia e esporeia o progresso. Isto é, demonstra com desenhos quanto dói uma saudade campeira, como machuca o êxodo rural. Esta série faz parte de um livro (donde tiramos o título da seção) feito de uma sentada no ano passado. Enquanto as editoras não se decidem, o privilégio da primeira mão é do Tinta China, dominicalmente.)
Postado por Grafar às 18:54 0 comentários
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