sábado, 8 de dezembro de 2007

bate-pronto FABIO ZIMBRES

O autor FZ disputa frilas, jobs e
o que mais vier com o editor FZ




O mundo perdeu um arquiteto (pra poupar as pessoas de entrar em alguma criação sua, segundo ele) mas ganhou um cara que arquiteta pra caramba: Fabio Zimbres vive em meio a projetos de artes gráficas e plásticas que estão sempre andando, porque atrás vêm outros. Vulgo FZ, esse paulistano faz tudo a quatro mãos com ele mesmo: desenha sem parar, pinta sem deixar de atender o mercado, edita sem cessar. E com as mãos que sobram livres, aí se ocupa como quadrinista, ilustrador e designer - sua folha de serviços editoriais é um rol de publicações. FZ fez parte da equipe que concebeu e editou a revista Animal, além das suas iniciativas com a revista Brigitte e a editora Tonto. Quando não está publicando em jornais e revistas brasileiras e do exterior, está lançando livros, como Música para Antropomorfos, Feliz e O Apocalipse segundo Dr. Zeug. Se um dínamo pode ser low-profile, ele é. Na verdade, é um Ivo: inventivo (nas criações) produtivo e prestativo (nas parcerias e empreitadas coletivas) e seletivo (no convívio). Hoje Fabio Zimbres abre pro Tinta China o seu gozativo manual de instruções para múltiplas atividades. Divirtam-se.

Tinta China – Como artista gráfico, qual a sua atividade principal?
Fabio Zimbres – Faxina: em minha mesa, computador e estúdio mas também nas idéias mal arranjadas que se tem que consertar.

Tinta China – Como você negocia os valores de seus frilas?
Fabio Zimbres – Sou inflexível mas sensível.

Tinta China – Como é um dia típico de trabalho para você?
Fabio Zimbres – Horas na frente do computador, alguns minutos para algo mais divertido.

Tinta China – Por onde você começa uma tarefa?
Fabio Zimbres – Pela faxina: dou uma limpada na mesa e abro espaço para uma folha de papel. Depois, uma caminhada no parque pra ver se vem alguma idéia.

Tinta China – Quais ferramentas você utiliza e qual domina mais?
Fabio Zimbres – Acho que não nasci pra dominar nada então utilizo qualquer uma que esteja disponível, dá na mesma..

Tinta China – Que condições você exige ou depende para criar?
Fabio Zimbres – Não exijo nada, nunca. Um beijinho de vez em quando, talvez.

Tinta China – Como você lida com os prazos?
Fabio Zimbres – Os prazos é que lidam comigo (acho que foi o Roberto Silva quem disse isso) e lidam mal.

Tinta China – Como você mantém os originais que produz?
Fabio Zimbres – Em envelopes individuais de papel anti ácido numa sala com umidade controlada e os arquivos digitais num HD que deposito num banco na Suíça.

Tinta China – Quais suas primeiras e atuais influências?
Fabio Zimbres – Maurício de Souza mas depois Hello Kitty já que conceitualmente é menos dogmático. E claro que tem uma lista que se eu não coloco o pessoal reclama: Geroge Herrimann, Jaca, Pazienza, Luís Gê, Gary Panter, Mariscal, Steinberg, Kurtzman etc.

Tinta China – Onde você busca informações para apoiar suas criações?
Fabio Zimbres – Em qualquer lugar: se não encontro em casa mesmo ou na internet sempre tem a rua, os sebos e as casas dos amigos. Em museus, as vezes.

Tinta China – Você tem preferência por algum tipo de papel?
Fabio Zimbres – Kraft bem grosso com uma camada de PVA fica muito bom. Se não tiver pode ser um Fabriano que é quase tão bom quanto.

Tinta China – Quais macetes técnicos funcionam no seu trabalho?
Fabio Zimbres – Para se livrar do medo de desenhar numa folha em branco vale até jogar ela no chão e dar uma pisadinha.

Tinta China – Qual o seu maior conflito com o mercado?
Fabio Zimbres – O mercado falou alguma coisa de mim? É mentira.

Tinta China – Que dicas básicas você daria para um iniciante?
Fabio Zimbres – Desenhar sem parar pode gerar algum problema físico mas ainda é a melhor maneira de fazer esse negócio. Se você gostar disso, tanto melhor. E desenhar sem medo.

Foto: Mauren Veras

3 comentários:

Mauren Veras disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mauren Veras disse...

eu tenho mais medo da folha em branco do que de uma câmera fotográfica. :)

Anônimo disse...

quem é o low-profile?
louzada