sexta-feira, 20 de junho de 2008

quadrinhos CARLOS SOARES




Título: Mais um dia enfiado no rabo
Técnica: Caneta
Veículo: Blog do autor
Local: Canoas, RS

12 comentários:

Leandro Malósi Dóro disse...

Carlos, traço maravilhoso e composição bem estruturada. Só tenho receio sobre o depreciar profissões populares. Eu mesmo fiz isso em várias HQs e com certeza todos nós o realizamos, no humor ou na HQ. A proposta de fazer humor ou drama nos protege de dizer que é um conceito sobre quem são os carentes. Desconfiamos, também, dos olhares cisudos desses ambulantes e das pesquisas sobre problemas de higiene nesses alimentos. Entretanto, existem outras perspectivas sobre o mesmo profissional. Porém a depreciativa parece ser da cultura brasileira, que desvaloriza as profissões populares e valoriza as que trabalham com a mente ao invés do corpo. Isso é da colonização portuguesa. No século XIII, Portugal tomava terras a partir de dívidas dos proprietários e não de batalhas. É um Estado cartorial. Porém creio ser o momento de tentarmos, por algumas vezes, tentarmos fazer o inverso: respeitar essas profissões. O caso dos papeleiros é emblemático. Desvalorizados no Brasil, mas profissionais qualificados no Japão. Quando o lucro com o lixo se tornou expressivo, começaram as sanções aos catadores.

Anônimo disse...

Dóro, HQ não é serviço social, respeito não é essencial à arte e sisudo não é com C.

Anônimo disse...

a história tá muito boa.
já tinha lido na Idéia.
foda mesmo

Wagner Passos disse...

o Carlos Soares salvou muitas vidas aqui em Rio Grande... quem comprou a Revista Idéia e leu a história deixou de comer cachorrão na volta do porto.
Graças ao Carlos a economia da venda de cachorrão foi afetada, mas o colesterol nos corações dos leitores foi bastante reduzido.
Salve Carlos... HQ do carajo!!!

Leandro Malósi Dóro disse...

Só pra esclarecer, quero colocar o tema em discussão, sem desmerecer o trabalho, que está primoroso. Só me pergunto por que todos nós recorremos a essa conclusão.

Wagner Passos disse...

Acho que não podemos querer que uma HQ tenha o mesmo espírito de uma charge, porque são duas coisas bem distintas. No caso dessa HQ do Carlos o tema é único: a vida fudida de um cara que vende cachorro quente e não aguenta mais viver disso.
Não vejo mistério ou intensão de menosprezar pessoas que vivem desse emprego. Se o cara é feliz, sua carrocinha é um primor de limpeza e o molho flor de especial, ele não vai ficar de cara por causa da história. Se o cara é infeliz, vive de mau humor, a carrocinha é um lixo, o Carlos simplesmente deu uma idéia genial para o indivíduo, infelizmente. Só não acho legal o cara se policiar e pensar em ser ético socialmente antes de expressar algo puramente do cotidiano. Essa HQ do Carlos é uma crítica social e muito bem resolvida tanto no roteiro, quanto no desenho... não há nada gratuíto ali, coisas gratuitas, palavroes gratuitos fora do contexto. Essa HQ do Carlos é com certeza uma das mais bem produzidas na Idéia 4, pena ter saído em meia página, mas é sem dúvida uma HQ que respeito.

Leandro Malósi Dóro disse...

Também respeito, mas estou apenas questionando não o trabalho do Carlos, mas a estrutura ao qual estamos apegados. O trabalho dele serviu apenas para aflorar a discussão. Só isso. Estou pensando nisso, pois nessa fase preciso estudar Teoria da Ação Comunicativa e faço conexões sobre a intencionalidade subjacente dos produtos culturais. Coisas que, em outras épocas, considero baboseira, mas que nesse momento tenho instrumentos para refletir. Quando terminar os estudos, tentarei aplicar o que aprendi.

Anônimo disse...

Muito boa a HQ do Carlos, assim como é válido o argumento do Doró, uma coisa não invalida a outra.É louvável quando um ato criativo, (HQ), traz em sí uma provocação, e o eco disso é a reflexão que o Doró trouxe. O bom trabalho de arte é assim; não se esgota com o ponto final do autor.
Simch

Oidocu disse...

Opa. Valeu por todos os comentários pessoal.

O que posso dizer da hq: Adoro cachorro-quente e não parei de comer por causa de minhas idéias, hehe. O fato é que eu invariavelmente passo por muitas dessas pessoas aqui por Porto Alegre, vejo no rosto deles o que imagino estarem passando, e resolvi falar algo a respeito

A vida é dura pra eles e para nós, sem exceção. No caso, resolvi que o cara iria dar o troco em alguém.

Na realidade, não queria desmerecer ninguém, mas contar uma história legal.

Em quadrinhos, diferente dos meus e-mails e comentários amalucados, passo longe de tomar partido de alguma coisa. Só gosto de contar e desenhar uma boa história

hehe, geralmente da errado

Abraços e valeu pelos coments.

p.s. Desculpem os erros de português na história. Na correria de entregar, nem revisei

Carlos Soares

fabiano gummo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
fabiano gummo disse...

"intencionalidade subjacente dos produtos culturais"! Puta Madre!
Na HQ temos um loser! Um fracassado no sentido literal da palavra... como a maioria da massa brasileira. E daí? a questão é que eles (nós?) geralmente não contra-atacam... vivem no conformismo de sempre, no vácuo "nobrain"-cultural-televisivo de sempre... Resumindo: Esperemos apenas que ele continue mijando no molho ao invés de explodir bombas em padarias... Uha!

Wagner Passos disse...

"mijando no molho ao invés de explodir bombas em padarias..."
Essa é uma reção saudável... tem aquela turma que toma urina e se alimenta de luz solar.. e tem uma pele que é uma maravilha.