sábado, 10 de maio de 2008

bate-pronto MÁUCIO

Como dar aulas de bom humor
dentro e fora da universidade




O Máucio, menos conhecido como Mario Lúcio Bonotto Rodrigues, além de professor e cartunista, é mais: um agitador cultural em Santa Maria. Como professor, entre outras atividades docentes, atua no Curso de Desenho Industrial da UFSM. Como artista gráfico, aí o Máucio se multiplica como autor e se desdobra como organizador de iniciativas que fazem um bem danado ao humor gaúcho. As edições bem-sucedidas do salão Santa Maria Cheia de Graça e o rebuliço anual do evento Cartucho (ininterrupto desde 2004) mostram bem sua capacidade agregadora e promotora. Para não se sentir inativo, também edita revistas, lança livro de poesia, participa de antologias e exposições coletivas e ainda exalta o exaltado Macanudo Taurino: sua tese de mestrado destaca a importância do personagem do Santiago para a identidade regional. Máucio é mestre de mil maneiras e algumas delas o Tinta China já publicou aqui. Agora é hora de saber, por ele mesmo, como funciona a casa de máquinas desta usina de graça. Falai, Máucio!

Tinta China – Como artista gráfico, qual a sua atividade principal?
Máucio – atuo como designer-gráfico em Identidade Visual e Projetos Editorias. Como ¨desenhista¨, atualmente, faço produções visuais não por encomenda.

Tinta China – Como você negocia os valores de seus frilas?
Máucio – Geralmente minha participação está dentro de um projeto maior em que já existem parâmetros financeiros compatíveis. Os valores do mercado devem servir de referência. Os prazos de pagamentos também devem ser negociados com ¨jogo de cintura¨.

Tinta China – Como é um dia típico de trabalho para você?
Máucio - Pela manhã preparo aula, faço contatos, elaboro projetos. A tarde ministro aulas. A noite trabalho em meu ateliê.

Tinta China – Por onde você começa uma tarefa?
Máucio - Qualquer tarefa começa pela compreensão do todo (Gestalt do problema). Isso é fundamental. Por outro lado, na prática, no inicio de cada projeto começo pela organização e limpeza do ambiente de trabalho.

Tinta China – Quais ferramentas você utiliza e qual domina mais?
Máucio - Utilizo várias. PC, nanquim, lápis de cor...mas não me considero dominador de nenhuma delas. Não me considero técnico em ferramentas. Minha preocupação é a linguagem. Também não tenho vocação pra especialista, porque acho isso muito tedioso.Questão de temperamento, eu acho.

Tinta China – Que condições você exige ou depende para criar?
Máucio - Melhor seria pensar, que condições a criação exige de mim!? Desenhar é pensar! Pensar é sentir! Desenhar é ver! Tem que estar acontecendo tudo isso muito...

Tinta China – Como você lida com os prazos?
Máucio - Me organizo muito. Preciso organizar as coisas pra poder desorganizar a cabeça e poder criar.

Tinta China – Como você mantém os originais que produz?
Máucio - fiz uns gaveteiros pra isso.

Tinta China – Quais suas primeiras e atuais influências?
Máucio - Henfil foi muito importante pra mim. Chico Buarque. Mais tarde Paulo Leminski e Manoel de Barros.

Tinta China – Onde você busca informações para apoiar suas criações?
Máucio - Livros, Google...normal. Mas a vida e o ¨quintal¨ são fundamentais.

Tinta China – Você tem preferência por algum tipo de papel?
Máucio - Tenho usado Filiart Renaud, 240 g/m2, superficie texturizada tela. Mas também tenho usado outros suportes não-papel.

Tinta China – Quais macetes técnicos funcionam no seu trabalho?
Máucio - Não lembro de macetes técnicos.

Tinta China – Qual o seu maior conflito com o mercado?
Máucio - No trabalho por encomenda, deve-se ¨educar¨o cliente. No trabalho mais ¨artistico¨, o ¨cliente¨que se eduque se quiser...

Tinta China – Que dicas básicas você daria para um iniciante?
Máucio - Procurar sua vontade. Refletir sobre os clássicos. NUNCA endeusar nada nem ninguém. Não se achar ¨o cara¨.

Foto: Cláudia Souto

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse cara é um merda

Anônimo disse...

Sim, ele é!